quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Odayá, minha mãe!



Ela apareceu sorrateiramente, surgiu inesperadamente e tentou me mostrar algo. Fragmentos são o que me lembro até o momento, mas não pude deixar passar em branco. 

Me mostrou a fúria que suas águas estavam, me arrastou para sua morada e me deixou submersa por alguns instantes. Tentou me ensinar, que mesmo com a correnteza me puxando, eu conseguiria voltar ao topo. Nem toda água turbulenta será sinal de caos eternamente. 

Sufoco, aflição e você me observava. Parecia tentar me dizer algo, mas preferiu o silêncio e o olhar. Moça séria, com um olhar intimador. Era linda e exalava um perfume de flores. 

Você que me acompanha desde pequena, e sabe da minha admiração por sua figura resolveu aparecer, me encarar e tentar transmitir que nem tudo está perdido.

Acho que entendi seu recado. Estou te devendo uma visita, com direito a lírios e a um pedido de proteção. Abre o caminho, que em breve eu vou passar para te saudar.


Odoyá.




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